sábado, 18 de junho de 2011

Hibernação




HIBERNAÇÃO

 
claudia helena villela de andrade




Nessas paragens rebrilham com desvelos
os cata-ventos ancestrais.
Contraditório ao tempo,
fenômenos sopram lembranças
retorcendo os enigmas sombrios.
Vacilo entre um bocejo e outro,
trazendo à tona o meu tédio.
Às avessas, escondo-me no casulo com hálito de silêncio.
Palavras se aquietam em minha boca.
Consumo o lume que verto pelas ventas.
Cansada dessas banalidades do planeta, dos revoos,
desses enredos inertes,
hiberno na minha caverna para ser eu mesma.