sexta-feira, 29 de abril de 2011




DECLARAÇÃO DE BENS

cláudia helena villela de andrade


Quero declarar meu amor ao imposto de renda

e ver se ele me devolve o meu bem estar,

não me cobrando taxas extras,

em parcelas iguais sem carinho e afeição.

Quero ver se o leão não morde minha individualidade

e me deixa ser apenas mais uma declarante...de amor.

Vou tentar passar pela malha fina sem responder nada !

Ah, fisco danado !

Quero gravar em cd meus gritos de prazer !

E, fora do prazo, entregar minha vida em suas mãos !

Vou beijar seu site,

fazer carinho no recibo carimbado,

sem lacre, sem cola...

Declarar meus bens, muito bem...

bem até demais
(e sem menopausa),

 até o ano que vem !

sexta-feira, 8 de abril de 2011



DAS BREVIDADES...


cláudia helena villela de andrade


Que breve pode ser o amor...

Efêmero aos olhos atraentes,

Instável quando inexistente

Eterno sempre que verdadeiro.


Que breve nunca seja a poesia...

Do encanto maior do seu autor

Do ritmo que balança os versos

Da magia da pena sobre o branco.


Que breve é a vida...

Renovada a cada aurora,

Desabrochada num vermelho dia

Para o consolo de todas as almas.


Que os pássaros batam suas asas

Em vôos longos, por terras estrangeiras

Mas voltem a cantar em nossas janelas

Tão breve quanto o tempo assim marcar.


E a Brevidade (quitute antigo)

Feita em forma de empada,

De tenra massa polvilhada,

Ainda que breve como a vida,

Seja degustada e digerida...