sexta-feira, 19 de março de 2010

E o outono chegou...



OUTONO



Cláudia Helena Villela de Andrade


Trago o outono dentro deste poema

e recolho suas folhas manchadas de amarelo.

Do outro lado do mundo a primavera sangra.

Flores vermelhas desabrocham-se

em jardins-túmulos.

Crianças desconhecem suas ruas.

Mulheres choram a agonia crônica.

Os homens tornam-se outonos

espalhados pelos ventos

 silenciosos

 espantados pela morte.

Nenhum botão de rosa branca se abrirá

e a cidade passará à próxima estação.

Quando o inverno, enfim, chegar naquele lugar,

meus pés estarão inchados de tanto verão

e meu coração parado de absurdo.

Não existe inverno em Bagdá?

Mas existirá.

Existirá.








terça-feira, 16 de março de 2010

VIVA O VERDE!


A nova era


Cláudia Helena Villela de Andrade


Eu calipto 

Tu caliptas

com o machado, por dólares.

Olho por olho, verde por verde.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Miniconto





Oca solidão




Cláudia Helena Villela de Andrade


O silêncio encobre os lábios. Beijos não beijam apenas. Matam. As paredes escutam o absoluto badalar das horas no relógio antigo cujo pêndulo está embriagado. No quadro do corredor, a paisagem se afoga num riacho longínquo e desconhecido que vem de algum lugar e vai para lugar nenhum. De um lado para o outro os passos vão e voltam. O coração respira coração e aspira solidão. O beijo é o breu. A  alma...o tic tac bêbado.



domingo, 7 de março de 2010

Evolução na alimentação humana. Pense nisso!









A SAÚDE - AS FRUTAS NA MEDICINA DOMÉSTICA


A doença nunca vem por acaso. É o próprio homem que provoca a causa de seus enfermidades.
Nós mesmos é que nos fazemos doentes e culpamos alguém ou alguma coisa – Deus, os médicos, os micróbios, o clima – e não nos lembramos de culpar-nos a nós próprios. O que procuramos é fugir da nossa responsabilidade: uma revisão cabal do nosso modo de viver, uma completa reforma dos nossos hábitos. A saúde é um tesouro cujo valor só é reconhecido tarde demais, muitas vezes quando já irrecuperavelmente perdido.
O principal fator de saúde é que o individuo possua sangue limpo. Pelos vasos sanguíneos flui a corrente da vida, levando a todos os setores do corpo as substâncias vitalizantes. Todos os órgãos se alimentam, operam as suas trocas e exercem suas funções, graças à corrente sanguínea.
Se o sangue é impuro, em virtude de uma alimentação imprópria, todo o corpo se contamina, e também o cérebro, que, devendo ser o reservatório de pensamentos lúcidos, fica, em vez disso, embotado, obscurecido e entravado no desempenho de suas funções elevadas.
Pessoas que parecem estar em perfeito juízo muitas vezes cometem desatinos que não seriam capazes de cometer se arrazoassem, pensassem por um instante, e usassem de paciência, mas não o fazem porque estão doentes, ainda que nem sempre o saibam. Alias, a humanidade em geral está enferma, física e espiritualmente.
Como seres energéticos, devemos aprender a manter nossas vibrações em estado harmonioso, em sintonia com as vibrações mais elevadas e puras do universo.
Isso é mais facilmente conseguido quando reconhecemos os alimentos que nos abastecem com energia pura, as plantas, frutas, ervas e a água, fazendo de nosso corpo, um jardim iluminado e perfumado.
Ingerir alimentos industrializados e carnes de forma corriqueira, entope nossos vasos sanguíneos, transformando nosso organismo num cemitério e depósito de lixo; assim como estamos fazendo com o nosso meio ambiente ocorre com o nosso ambiente interno.
O cheiro de nosso suor, fezes e urina reflete esse estado interno, pois toda a carne consumida, continua seu processo natural de apodrecimento da mesma forma. Só que ao invés de enterrarmos o cadáver do boi, do frango na terra, enterramos no nosso próprio corpo.
Mas o processo de putrefação não pára por causa disso. A maior parte da humanidade carrega um cemitério animal em sua barriga. A humanidade é a maior causadora de dor, sofrimento e morte para a vida do reino animal. A Terra está carregada energeticamente dessa dor provocada na vida dos animais.
Pessoas que desejam elevar-se enérgica e espiritualmente, devem parar e refletir sobre isso e negar o alimento que vem da exploração gananciosa da dor e morte dos animais.
Uma prática muito salutar física e espiritualmente, é o jejum semanal. Para isso, é necessária uma preparação no dia anterior, limpando o intestino com a ingestão de alimentos fibrosos, muita água e chá laxante.
E o rompimento do jejum, ao final do dia do mesmo ou no dia seguinte, também deve ser de forma leve e suave. Lembre-se de que é em sua rotina diária que você se harmoniza ou desarmoniza com as leis de saúde e paz.
Através dos alimentos saudáveis, sólidos, emocionais (sentimentos) e energéticos (ar, sol, alegria) você mantém a estrutura para uma vida integral e integrada.

PROF. ALFONS BALBACH – AS FRUTAS NA MEDICINA DOMÉSTICA

sábado, 6 de março de 2010

Poeminnnn

No tempo das andorinhas



cláudia helena villela de andrade


Embaixo da asa
o lenço branco
adorna o cântico incerto.
Do azul, sobre a cabeça,
o vôo-luz desajeitado e desperto,
raso, de quem conhece o campo,
do vai e vem da valsa,
do cheiro da florada,
da gustação do néctar,
do trem que geme longe
de dor em vão lamento.
Por baixo do telhado,
o ninho abriga a prole
que o gavião de longe,
intencional, namora.
Andorinha do céu,
por que eu faço verso à moda antiga,
ouvindo o trinado do canário?

O mundo não consente mais cantigas
de quem quer ser “passarim”.
O verso alça o tom para outra ária:
a Nova Era,
que de boa não tem nada.